DrabraçÁrvore

Vou entrevistar pessoas que fazem uma clínica baseada em evidências da experiência. Contando seus percursos e narrativas de vida até chegar ao seu projeto clínica. Bora comigo? ** Primeiro  episódio- Lucas Albertoni @nakualucas conta sua experiência como médico na equipe multidisciplinar de Saúde Indígena, nos últimos 5 anos na Amazônia. Enquanto conta como chegou a esses interesses e das delícias e dificuldades do ofício, nos apresenta o panorama da organização pública de saúde indígena no Brasil e como se insere do Sistema único de Saúde (SUS) hoje.

Este blog foi criado em 2014, quando iniciava meus estudo formais em Psiquiatria, formais pois essas questões subjetivas e sua relação com os grupos, as artes, a natureza e os diversos formatos de tratamento sempre estiveram presentes. Nascida de uma mãe médica homeopata e acupunturista e um pai artista esses universos me permearam por toda a minha formação como sujeito. Aos poucos, me dei conta que minha clínica não iniciou quando fiz meu primeiro curso lá em 2002 de PNL Sistêmica e Massoterapia, passando a atender numa pequena salinha. Vem de muito antes, passou e passa pelas orientações dadas ao telefone à pacientes adoentado de minha mãe ,aos 7 anos, indicando as exatas substâncias e dosagem do plus homeopático, ali meus sentidos já estavam atentos para a clínica. Passa pelas brincadeiras na coxia do teatro enquanto meu pai ensaiava e uma sensação de proximidade com a alegria de viver, contar e ouvir  diversas histórias. Passa pelos anos de estudo de dança, desde os 3 anos, por

A direção e o sentido Esta página não tem a intenção de explicar o que é saúde, o certo ou a norma. Nem tão pouco de se aventurar à "esclarecer" classificações diagnósticas, neurocientíficas ou farmacológicas. Não tem a pretensão de produzir infinitas informações para preencher o tempo, ao contrário, tem seu próprio tempo... Não sou filosofa, nem cineasta, nem crítica de arte, nem qualquer outra coisa que designe um potencial acadêmico para tal. De formação sou médica em especialização  de Psiquiatria e Psicopatologia Fenomenológica, mas não me reduzo à isso. Sou uma mulher apaixonada pelo encontro por isso os compartilho. Para gerar, no outro, uma fagulha do que em mim foi gerado. O encontro pode ser com qualquer coisa, qualquer pessoa, em qualquer lugar à partir da pura abertura para o que acontece. Compartilho ,portanto, os encontros que aumentam minha potencia de ação, meu campo de possibilidades e meu repertório simbólico. Se o que me tocar puder to

Oração ao tempo é uma composição de Caetano Veloso e interpretação maravilhosa de Maria Bethânia, esta no álbum Cinema Transcedental, de 1979. “ O tempo é visto como um Senhor, um Deus da existência, que rege e dá forma ao destino. Sua beleza vem da capacidade de inventar e estar presente em todas as esferas da vida.  O autor oferece um acordo com o tempo, no qual possa estar mais vivo em sua vida. Porém ,para isso, quer aproveitar seu prazer legítimo e o movimento contínuo, quando for propício. Dessa forma essa vida pode ser mais vida e assim contagiar outras vidas. A plenitude do espírito permite então o espalhar de benefícios. O que será usado neste acordo é um segredo entre o compositor de destinos, o tempo, e o compositor da música. Quando não for mais preciso esse acordo e o autor estiver fora do círculo do tempo, eles não serão e nem terão sido e assim poderão se encontrar num outro nível de vínculo. O compositor pede para o tempo o prazer e o passar contínuo e pro

Cara a Cara é a décima música do álbum N 4 lançado em 1970. A música fala da pressa, da velocidade marcada pela necessidade de atender às demandas sem ter tempo para parar, para pensar ou para amar. Uma música irônica que crítica essa forma de viver como máquina dando corda no mecanismo para se  manter cada vez mais produtivo " tira a pedra do caminho, serve mais um vinho e tic- tac, tic- tac."O encontro com a solidão, o olho vidrado na televisão e o sorriso comprado à prestação denotam uma existência  sem contemplação, a ausência do fazer levando em conta o real, o prazer, o encontro... Se fala de uma vida determinada pelas obrigações, pelos desejos sensatos sem emoções. Ficar cara a cara seria deparar-se com esse mecanismo falho e objetal que circundam às vidas ao humanificar as coisas e coisificar os humanos.  Temas que permanecem extremamente atuais, e permanecerão, enquanto a existência estiver reduzida ao funcionar para produzir. "Não há despertar de consci

                                                                                                    O Fingidor Para comemorar os 50 anos do TUCA está em cartaz uma peça sobre Fernando Pessoa por mais duas semanas apenas. O FINGIDOR é uma peça realizada sob uma atmosfera inebriante. A vida e obra do poeta já emociona por si só, mas o toque chaplinianos de Hélio Cícero e a atuação de todo o elenco fazem deste espetáculo uma sublime contemplação dos aspectos mais simples da vida. “ - Você separa a vida da arte? - Claro que não. Pra mim é tudo a mesma coisa. - Isso mesmo rapaz!! ”  Trecho da peça O Fingidor Quantos Fernandos Pessoas matamos todos os dias? Reconhecemos uma obra pelo autor e não um autor pela sua obra. Um anônimo, um não visto não é nada senão alguém ao serviço daquelas atividades as quais não temos tempo, e assim, ganhando tempo, conseguimos a tão sonhada “liberdade”. Falar não alcança, mas talvez escrever alivie. Enquanto pensamos e produzimos

Vou mostrando como sou E vou sendo como posso, Jogando meu corpo no mundo, Andando por todos os cantos E pela lei natural dos encontros Eu deixo e recebo um tanto E passo aos olhos nus Ou vestidos de lunetas, Passado, presente, Participo sendo o mistério do planeta O tríplice mistério do "stop" Que eu passo por e sendo ele No que fica em cada um, No que sigo o meu caminho E no ar que fez e assistiu Abra um parênteses, não esqueça Que independente disso Eu não passo de um malandro, De um moleque do Brasil Que peço e dou esmolas, Mas ando e penso sempre com mais de um, Por isso ninguém vê minha sacola